Depois de muita pesquisa, por alguns anos, consegui comprar minhas visitas à Dinamarca e Noruega.
Era março de 2023, a pandemia já não era uma ameaça e a viagem era para MAIO de 2024, o que poderia dar errado?
Desta vez foi diferente da situação da
pandemia (quando tivemos mais tempo para nos acostumar com as restrições), o
desastre natural que atingiu o Rio Grande do Sul em Abril e Maio de 2024 teve
as suas consequências sentidas muito mais rapidamente. Em uma semana o
planejamento de 18 meses teve que ser refeito.
Essa foi a preparação de viagem com muitas
mudanças. Primeiro trocaram o nosso porto de embarque e depois chuvas
torrenciais acabaram por fechar o nosso aeroporto cancelando nosso voo e
alterando completamente nossos 15 dias de programação.
Quando chegamos ao aeroporto de
Florianópolis achei que nossos perrengues haviam terminado. Doce ilusão. O
atendente da companhia aérea não conseguiu emitir todos os trechos, faltou o de chegada
na Alemanha para onde minha mala de bordo já foi despachada. Recebi a orientação de procurar o balcão da
Iberia em São Paulo.
Os assentos marcados da companhia aérea que eu havia
reservado e pago não foram disponibilizados.
Ainda
antes do embarque , na fila, exigiram que as outras duas malas fossem
despachadas. Dentro do avião verificamos que havia espaço suficiente para elas.
Em Guarulhos caminhamos procurando os
guichês, achamos o da companhia aérea e contamos nossa história. O funcionário que nos
atendeu informou que não existe guichê da Iberia e que em Santa Catarina
deveriam ter emitido nossos bilhetes. Desdenhou da habilidade do seu colega e
emitiu o trecho final.
Já dentro da aeronave ficamos parados por meia hora até que o comandante informou que voltaríamos para uma manutenção. Este processo durou aproximadamente duas horas, sepultado nosso voo de conexão previsto para Berlim.
Em Madri fomos até o guichê da companhia aérea e recebemos nossos novos voos. O novo horário inviabiliza os trechos de trem que já temos comprados. Pedi para a atendente da companhia aérea em Madri o “formulário de reclamações”, ela informou que não existe formulário em papel para preencher e disse: “procura no site”.
Em Berlim nova e desagradável surpresa,
minha mala ficou em Madri.
Registrei a ausência da mala e fomos
procurar orientação sobre o trem. Como já passava da meia noite não havia mais
funcionários, só as máquinas, que não informam se há horários próximos ara
Amsterdam.
Fomos de taxi para uma estação maior, onde
o funcionário se recusou em nos atender em inglês. Compramos uma nova viagem
para Amsterdam. Saímos às quatro da manhã e chegamos antes do meio dia,
perdemos a chance de usar o hotel na cidade o qual já tínhamos pago para duas noites.
Andamos um pouco pela cidade e embarcamos para Rotterdam. Para viver dois dias sem mala comprei: cuecas, meias, uma camiseta e um moletom.
Da estação central fomos de metrô até próximo ao porto.Nosso embarque na MSC foi rápido e fácil, informei que a minha mala poderia ser entregue na escala de Copenhagen.
Na cabine tomamos finalmente nossos
merecidos banhos. Encontramos nossos companheiros de viagem, primeiro minha tia
que fez todos os trechos que perdemos por causa das chuvas e da incompetência
da companhia aérea .
No dia seguinte desembarcamos em Copenhagen. Tomamos o café da manhã na cabine para ganharmos tempo. Caminhamos até a Pequena Sereia e passeamos pelo caminho. Na volta depois de nos perdermos, pegamos um táxi para voltar ao navio. O dia estava lindo.
No terminal recebi o e-mail que minha mala
está na cidade. A recepção da MSC telefonou para o número indicado no e-mail e
não conseguiu falar com a pessoa que assinou o e-mail e nem confirmar se a
minha mala será entregue. Não foi entregue e, pelo jeito, passarei o cruzeiro
inteiro sem ela.
Passamos em frente ao centro do prêmio Nobel da paz. Foi uma surpresa descobrir que ele fica na Noruega.
Voltamos ao navio faltando menos de uma hora para ele zarpar.
No último dia de navegação tomamos novamente o café na cabine e saímos para o teatro para mostrar nossos passaportes para as autoridades alemãs. Eles ficaram confusos com os meus vários carimbos da zona Schengen. No final só eu recebi um novo carimbo. Falei minha frase em alemão que aprendi no primeiro ano dos quatro anos que fiz: “Ich wohne im Neu Hamburg.” Expliquei em inglês que vamos visitar a velha Hamburgo. Curtiram.
Sobre a mala: consegui que
a MSC mandasse um e-mail para a Swissport informando que vou desembarcar na
Alemanha e o meu futuro endereço em Berlim.
Estava tudo indo bem no nosso desembarque até que as malas das nossas companheiras de viagem não apareceram no porto. Meia hora de tempo perdido.
Na rua, com muitos hóspedes e suas
bagagens, alguma confusão para conseguir o taxi. Cinco pessoas tem que ser um
carro grande. Descobri a fila certa e conseguimos chegar à estação do trem com
tempo.
O trecho Hamburgo - Berlim foi bem
tranquilo, novamente conseguir um táxi suficientemente grande foi um desafio.
No prédio do nosso apartamento entramos sem
falar com ninguém, só com códigos de acesso às portas. Minha tia ainda não
havia finalizado o checkin eletrônico e não tinha os códigos. Subimos todos ao
apartamento e, depois de muita insistência, minha tia conseguiu o seu quarto.
A mala ainda não apareceu. Saímos para caminhar em direção ao portão de Brandemburgo, no caminho vimos vários museus e outros pontos interessantes. Paramos para lanchar numa estação de trem.
Quando finalmente entregaram a mala, e não
era a minha!
Mais um dia se passou, disseram que “acharam” a mala certa. Tive que mandar fotos da minha e a descrição de todo o seu conteúdo. Uma chatice sem fim.
Como eu fiquei mais de 10 dias sem a mala
posso dizer que eu “fiz um mochilâo“pela Europa?
Marcaram a entrega e novamente não
entregaram.
Enquanto não estava “de castigo”
aguardando, fui com a família passear no domingo em Berlim. Pouco movimento de
carros e muito movimento nas feiras livres e nas poucas lojas que abriram.
No décimo primeiro dia minha mala foi entregue, fiquei esperando na porta do prédio do lado de fora, para não terem nenhuma desculpa de não me achar.
No último dia do city tour olhamos com mais atenção a arquitetura do lado oriental e o café moscou. Desembarcamos perto do muro de Berlim e caminhamos pela cidade.
A noite fechamos as malas e nos despedimos
do apartamento. Foi tudo muito bom.
No dia seguinte fomos de uber para o
aeroporto, ele fica bem longe do centro histórico.
A burocracia alemã foi bem decepcionante,
nos fizeram abrir as malas mais de uma vez e nos confiscaram alguns “líquidos”.
Tudo muito ridículo e desnecessário.
O voo de Frankfurt para São Paulo atrasou e
com isso perdemos nossa conexão para Florianópolis. Tinham filas enormes para a
burocracia de entrar no Brasil. Se tivéssemos chegado no horário não teriam
tantos voos ao mesmo tempo.
O pessoal da companhia aérea bateu muito cabeça sem nos passar as orientações corretas. Recebemos duas orientações, de dois funcionários diferentes, de ir a um determinado local e, lá chegando, não sabiam como resolver nossa questão.
Nos transferiram do aeroporto de Guarulhos
para Congonhas, tivemos que ir de Uber para lá.
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